28 de fevereiro de 2006

O regresso da "onda" independente

Desde que criei uma auto-crítica musical, sempre olhei com especial atenção para aquelas bandas que não se conseguem enquadrar em nenhum género musical ou que tornavam o seu trabalho reconhecido fruto de muito trabalho e de muita qualidade! Os eruditos vão-lhes atribuindo nomes, tentando de alguma forma estabelecer padrões de comparação com outras bandas, para desta forma conseguirem catalogar a música como boa ou má! É claro que correm o risco de o trabalho seguinte ser completamente diferente e lá terem que re-catalogar o(s) artista(s)! Por mim, sempre gostei do conceito indie, algo que é incatalogável, e que por norma, é puro, sem interferências de agentes, editoras, e que resulta única e exclusivamente da inspiração pessoal de quem cria!

Ora, nos últimos anos, com a expansão dos downloads ilegais, as pequenas editoras, que se dedicavam à prospecção das chamadas bandas de garagem e edição dos trabalhos daquelas que já tinham atingido uma maturidade que lhes permitisse tal, têm encerrado portas! Com isto assistiu-se à expansão dos chamados artistas de estúdio! Pessoas com boa voz, de preferência boa aparência, fazendo uso principalmente da imagem para se auto-promoverem e desta forma conquistarem o público! Nas rádios ouve-se cada vez mais os mesmos sons, ritmos, cantores, tornando quase impossível ouvir rádio mais que uma ou duas horas seguidas!

Felizmente, alguém percebeu que afinal a internet pode ser uma porta de salvação para estas bandas! Já em 1999, quando me iniciei nas lides da internet, utilizava o famoso napster para procurar bandas desconhecidas do grande público. E pelo menos uma, passou a ser conhecida no panorama internacional passado um ou dois anos!

Netlabeling (ou editoras virtuais), é o novo conceito que está a fazer reviver a música independente! Estas editoras dedicam-se a mostrar bandas, disponibilizando gratuitamente o material destas bandas online para que todos possam ouvir! Haverá melhor forma de promover uma banda!? Se o som for bom, depressa surgem os concertos e desta forma, o sempre importante retorno financeiro, para banda e editora!

Por mim, tomei conhecimento desta conceito há bem pouco tempo. Já fiz uns quantos downloads e estou a ouvir e a deliciar-me com as bandas de garagem portuguesas! Aos anos que não vou a um concerto de bandas de garagem, que antes aconteciam regularmente em festas de anos de amigos. Até isto parece estar a acabar!

Cumprimentos,

RC

ps: Na edição de hoje do jornal Público são enumeradas as diferentes editoras independentes portuguesas. Deixo aqui os links e mais algumas do panorama internacional.

Nacionais:

Enough Records
Merzbau
MiMi
Necrosymphonic Entertainment
Plastic4Records
test tube
Yellow Bop Records
You Are Not Stealing Records

Internacionais:

Neste site encontram uma lista enorme com imensas editoras

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem, acho q eh uma analise bastante fiel do panorama musical actual. Em portugal infelizmente o crcuito nocturno para novas bandas eh bastante limitado e isso acaba por condicionar e muito o conhecimento d novas bandas. Por exemplo numa cidade como Edmonton, com um milhao de habitantes, existem seguramente tantos concertos numa semana como num mes em Lisboa!
E ja agora aproveito para acrescentar o link para bandas desconhecidas no panorama internacional: www.download.com
Tem uma seccao dedicada a musica em que sao as proprias bandas q colocam o material na net para podermos fazer o Download.
Ha ainda o caso da bando portuguesa que editou um album pela internet, mas de momento nao faco ideia de qual o site!
Abraco,
Virgilio

RC disse...

OI,

penso que a banda que te referes é o último link dos nacionais que listei - Stealing orchestra. Para já recomendo no Merzbau os Lemur e o Jesus, The Misunderstood.

O site que indicaste nunca gostei muito dele, mas desconhecia essa opção. Tenho que dar uma vista de olhos.

Abraço,

RC