Malucos à solta

Há alguns dias foi anunciado pelo actual ministro da Saúde a intenção de encerrar progressivamente unidades especializadas no tratamento e internamento de doentes com desordens psiquiátricas! Até 2006 o Miguel Bombarda ou o Júlio de Matos serão encerrados (ambos em Lisboa) enquanto o modelo do Sobral Cid (Coimbra), Lorvão e Magalhães Lemos (Porto) verão alterado o seu modelo de gestão!

Uma das justificações dadas para tais medidas é o facto de no período de 5 anos nos restantes países Europeus os internamentos terem diminuido 7% enquanto em Portugal houve um aumento de 100 camas!

O que os números não mostram, porque não querem e porque tal exigiria estudos bem mais complexos, é se não terá havido um aumento da criminalidade, eventualmente relacionado com o aumento do número de malucos nas ruas.

Na Suécia foram encerrados os hospitais psiquiátricos há uns anos. Há 5 anos um doido assassinou a ministra dos negócios estrangeiros Anna Lind. Tal ocorrência abriu o debate sobre se deveria ou não internar alguns doentes. Assim foi, começam a abrir algumas unidades de internamento para os piores casos, enquanto os restantes...bem os restantes aí andam a passear nas ruas!

Não compreendo como é que os políticos podem esperar que um doido tome voluntariamente a medicação que numa instituição muitas vezes é obrigado a engolir! Principalmente quando muitos desses medicamentos têm efeitos secundários que causam mal-estar! E sendo-se doido ou não, se um medicamento não nos faz bem, não o tomamos!

Espero que não se cometam os mesmos erros que outros cometeram, apenas para tentar ser igual aos outros! Temos muitos casos de doentes que poderiam estar em sua casa ou em casa de familiares (desde que estes estejam dispostos a recebe-los, mas isso já é outra história), mas também temos casos de individuos que ou são um perigo para a nossa sociedade ou que não são capazes de cuidar deles próprios e não têm ninguém que o faça por eles.

Doidos à solta não. Vigiados sim!

RC